As moléculas de aminocianina são corantes sintéticos que já são usados em bioimagem para detectar câncer. Elas se ligam à superfície das células e são estáveis em água. O que os pesquisadores fizeram foi estimular essas moléculas com luz infravermelha, fazendo com que elas vibrassem em sincronia. Essa vibração é tão intensa que rompe as membranas das células cancerígenas, levando-as à morte.
A vantagem da luz infravermelha é que ela pode penetrar profundamente no corpo, alcançando tumores em ossos e órgãos sem a necessidade de cirurgia. Os testes em laboratório mostraram que o método da britadeira molecular foi capaz de eliminar 99% das células cancerígenas. Além disso, os testes em camundongos com melanoma indicaram que metade dos animais ficou curada do câncer.
O segredo do sucesso dessa técnica está na estrutura e nas propriedades químicas das moléculas de aminocianina. Elas possuem elétrons que formam plasmons, que são entidades vibratórias coletivas que se movem pela molécula inteira. Essa é a primeira vez que um plasmon molecular é usado para ativar uma molécula e causar um efeito mecânico específico, que é rasgar a membrana das células cancerígenas.
Os cientistas estão animados com essa descoberta inicial, mas alertam que ainda há muito trabalho a ser feito. Eles pretendem testar outros tipos de moléculas que possam ter o mesmo efeito e avaliar os possíveis efeitos colaterais dessa abordagem. No entanto, eles esperam que essa técnica possa abrir novas possibilidades para o tratamento do câncer no futuro.